sábado, 14 de novembro de 2015

Ásia 2015 - Singapura - De Little India a Orchard Road


Mais um dia a caminhar por esta cidade! O calor não baixa, o que não facilita, mas mesmo assim fizemos alguns quilómetros a pé!
Para terem uma ideia segue-se um mapa que mostra os locais por onde andámos! Parece tudo perto...mas só parece!

Saímos do nosso hotel e dirigimo-nos à estação de metro para sairmos depois em Little India, um dos bairros étnicos de Singapura! A cidade tem uma forte comunidade indiana e em Little India parece que estamos noutro país! Os cheiros (a especiarias, a flores...), a música de Bollywood que ecoa aqui e ali, as cores, os trajes típicos femininos (sáris de cores vivas), tudo nos transporta para uma Índia em miniatura! Durante grande parte dos séculos XIX e XX a cidade não parou de receber ondas de imigrantes em busca de trabalho e prosperidade. Pouco a pouco foram estabelecendo-se por aqui e o bairro foi crescendo à medida da necessidade.
Percorremos a rua principal, Serangoon Rd, com lojas, quase porta sim, porta sim. Destaca-se o facto de os edifícios não ultrapassarem os dois andares. Depois fomos virando aqui e ali para conhecer mais um pouco deste bairro. 






Do lado esquerdo desta rua encontramos o Templo Sri Veeramakaliamman, o mais velho e movimentado deste bairro e que é dedicado à deusa hindu Kali, destruidora do Mal. O edifício está construído no estilo dos templos tamil do sul da Índia. A torre exterior é espectacular, com dezenas de imagens policromáticas. Para entrar, tal como em qualquer outro tempo hindu, por respeito, é necessário descalçar-se e cobrir os ombros e joelhos.



No dia 11 de Novembro, 3 dias antes desta nossa visita, a comunidade indiana tinha comemorado o Diwali (ou Deepavali ou Deepawali). Esta é uma festa religiosa, também conhecida como festival das luzes, e é feriado nacional para os hindus. Para esta celebração decoram-se as ruas e casas, estreiam-se roupas novas, iluminam-se o interior e exterior das casas com velas ou balões, lançam-se fogos de artificio e dividem-se doces. Celebra-se a destruição de Narakasura por Sri Krishna, tornando o Diwali um evento religioso simbolizando a destruição das forças do mal (não sendo este o único motivo de celebrações). É não só comemorado pelos hindus mas também por sikhs e jains por todo o mundo. O Diwali é comemorado no primeiro dia do mês lunar Kartika, que acontece no mês de Outubro ou Novembro.


Procurámos, procurámos e acabámos por encontrar a casa mais colorida de Little India! Tan House, localizada na Kerbau Rd, é o último exemplo de uma casa chinesa e foi construída em 1900 pelo comerciante Tan Teng Niah para a sua esposa. A casa era inicialmente branca, as cores foram adicionadas mais recentemente.


A contrastar com os coloridos edifícios temos o "Indian Heritage Centre", o primeiro museu do Sudeste Asiático a explorar a origem e herança da comunidade indiana de Singapura através de artefactos, mapas, imagens de arquivo e multimédia. Esta construção moderna, recentemente inaugurada (2015), terá custado $12 milhões e é iridiscente durante o dia, reflectindo as cores do arco-íris e à noite torna-se transparente, revelando um mural repleto de cor!




A prova de que o calor era muito!


Muito perto de Little India está um outro bairro étnico, o Bairro Árabe (Arab Quarter), onde se podem encontrar casas de chá, coffee shops, bons restaurantes de comida típica do Médio Oriente, Turquia e Malásia e claro, as famosas lojas de tapetes! Destaca-se a Sultan Mosque! Não chegámos a visitar este bairro, fica para a próxima! 

E de seguida toca a caminhar em direcção a um dos símbolos desta cidade, pequeno em altura mas famoso na mesma, o Hotel Raffles. Na Waterloo Street, uma transversal da Bencoolen St, encontrámos mais este templo hindu, o Sri Krishnan. Como o nome indica, este templo é dedicado a Krishna, a 9ª encarnação de Vishnu. Esta zona da cidade tem uma grande diversidade étnica e num espaço urbano pequeno encontram-se diferentes edifícios religiosos. 




















Imagino que Singapura seja um sonho para qualquer arquitecto e também para os apreciadores de arte urbana! Vários edifícios têm recebido prémios a nível mundial! Se junto à Marina estão aqueles que são mais icónicos e conhecidos, quando se caminha pelas ruas desta cidade vamo-nos deparando com alguns exemplos de modernidade e criatividade!

O clássico Hotel Raffles é um conjunto de edifícios, corredores, pátios e jardins, construídos no século XIX e que ainda conserva um ambiente próprio de outros tempos! É um símbolo da época colonial inglesa. A sua história iniciou-se em 1887, como um hotel com 10 quartos em frente à praia (assim se vê bem a quantidade de terreno que tem sido reclamado ao mar)! O hotel possui 103 Suites, 14 restaurantes e bares e uma galeria comercial onde se encontram algumas lojas das marcas mais exclusivas. Sir Thomas Raffles foi o fundador de Singapura!







Empire Café, estilo anos 20.





Continuámos a nossa longa caminhada e estávamos cada vez mais perto da zona da Marina Bay!


Memorial às vitimas civis da ocupação japonesa, 1942 - 1945. São quatro colunas com 70 metros de altura.


Entalados entre os arranha céus e a zona ultra moderna de Marina Bay encontramos alguns dos edifícios da época colonial, como a Catedral de St. Andrews, o antigo Supremo Tribunal, o Teatro Vitória e a Câmara Municipal. Esta zona da margem norte é conhecida como Colonial Core. O Padang (ou "quadrado") é o coração deste bairro e desde do século XIX que tem sido palco de grandes eventos desportivos de cricket, hóquei e rugby. É nesta zona que ainda hoje se encontra o Clube de Cricket de Singapura.
A 24 de Novembro de 2015, já depois da nossa passagem por aqui, os edifícios do antigo Supremo Tribunal e da Câmara Municipal foram convertidos na Galeria Nacional de Singapura (National Gallery).
O Padang, ao fundo o Clube de Cricket de Singapura e do lado direito o antigo Supremo Tribunal e a Câmara Municipal.
Por detrás do Antigo Supremo Tribunal as novas instalações do mesmo. Aqui se renderam os exércitos japoneses no final da 2ª Guerra Mundial e foi também aqui que se formalizou a separação da Malásia. 
A Catedral de St. Andrews, igreja anglicana, de estilo gótico inglês e devotada ao santo patrono da Escócia. Terão sido os mercadores escoceses a custear a sua construção em meados do século XIX.
À frente o hotel "The Residence at Singapore Recreation Club". Por detrás o Raffles City, um complexo de arranha-céus com escritórios, centros comerciais, restaurantes e hotéis.
Atravessámos a estrada por uma passagem subterrânea e chegámos à zona da Esplanade, onde se destaca o Teatro da Ópera, com a sua forma de durião (fruto espinhoso semelhante à jaca) ou carapaça com espinhos! As duas espectaculares cúpulas albergam no seu interior uma sala de concertos e um grande teatro. 


E chegámos às margens do rio, junto a Marina Bay. Do lado direito o distrito financeiro e aos seus pés o Hotel Fullerton, hotel de luxo dos princípios do século XX, cuja arquitectura clássica se destaca entre os arranha céus!

Cavenagh Bridge e o Hotel Fullerton que em 1925 substituiu o Forte com o mesmo nome
Marina Bay Sands e o Museu de Arte e Ciência inspirado na flor de lótus


Esplanade - Theatres on the Bay, de outro ângulo
Da esquerda para a direita os hotéis Pan Pacific, Mandarin Oriental e  Ritz Carlton Millenia. À frente deste o estádio flutuante (The Float) e a seguir a Singapore Flyer, com 165m de altura.

À beira da água está o Parque Merlion, onde se encontra a estátua mais famosa do símbolo de Singapura. Metade peixe, metade leão, o Merlion foi desenhado em 1964 como imagem do Ministério de Turismo de Singapura. A cabeça de leão representa o leão que encontrou o príncipe Sang Nila Utama quando este redescobriu Singapura no século XI. A cauda de peixe representa o passado pesqueiro da cidade, quando ainda era conhecida como Temasek. Sang Nila mudou o nome de Temasek para Singapura (Cidade Leão, "singa" significa leão e "pura" cidade). A estátua de Merlion tem 8,6m de altura e pesa 70 toneladas. Costuma "cuspir" um jacto de água para a baía mas quando a visitámos estava ainda a sofrer obras de reabilitação pelo que não podemos tirar a foto da praxe!






Eram quase duas da tarde e começámos a procurar um local para comer. Nesta zona os restaurantes tem muito bom aspecto e preço de acordo com a localização pelo que optámos por um local simples. Não foi nada de especial mas foi rápido e a preço razoável.
Continuámos depois pela Fullerton Road, em direcção a Raffles Place, o distrito financeiro.

 



Todos sofrem com o calor...!
Junto ao Fullerton Bay Hotel
Admirando uma das "máquinas" estacionada junto ao Fullerton Bay Hotel
Na zona de Raffles Place encontram-se diversas esculturas que se destacam entre o amontoado de arranha-céus!
"Momentum", escultura de David Gerstein (2007)
"Singapore soul", de Juan Plensa. 


A parede verde que representa parte do
mapa-mundo.
Escultura junto ao Ocean Financial Centre






































No topo do edifício principal desta zona, One Raffles Place, está um dos bares-terraço mais famosos da cidade, o Altitude
Escultura "Struggle for survival", de Aw Tee Hong (1988)
"One Raffles Place"
Obra de Tan Wee Lit representando os elementos "essenciais" do dia-a-dia na cidade
Fachada da entrada do metro 
Deixámos o distrito financeiro para trás, apanhámos o metro e saímos em Orchard Road, a rua mais famosa da cidade! Se fazer compras parece ser o desporto nacional, esta rua será a pista olímpica de treino!!! A longa rua está ladeada de centros comerciais, lojas das mais prestigiadas marcas, hotéis e restaurantes. Algumas marcas têm várias lojas ao longo da rua! Um paraíso para os amantes de compras, o que não é o meu caso!





Decidimos experimentar uma sandwich de gelado! O senhor que as fazia não tinha mãos a medir! Gostámos e repetimos!


A decoração de Natal estava a ser montada ao longo da Orchard Road
Já passava das quatro da tarde, já tínhamos caminhado alguns quilómetros pela cidade e o cansaço já se fazia sentir. Decidimos apanhar o metro e regressar ao Holiday Inn Express. Optámos por não voltar a sair e jantámos no hotel.



E assim termina a nossa estadia nesta cidade! Fui surpreendida pela positiva e fiquei com muita vontade de regressar para explorar tudo o que ainda ficou por ver! Uma cidade multi-étnica e multi-cultural e onde a modernidade convive com os bairros mais típicos! Uma cidade cara para os bolsos portugueses mas garanto-vos que cada euro gasto valeu a pena!

Mas esta viagem não termina aqui, ainda há muito caminho para andar e mais para ver! 
Um novo destino no próximo post!



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