domingo, 26 de fevereiro de 2017

Cruzeiro "Caribe Mágico" - Santo Domingo (RD)



A aproximação a Santo Domingo iniciou-se bem cedo e por volta das seis da manhã o piloto local embarcava para ajudar na travessia dos espigões e chegada ao molhe de Sansouci. 
Chegámos à cidade de Santo Domingo, capital da Republica Dominicana, e o nosso primeiro porto, por volta das sete.
Esta não me é uma cidade desconhecida pois já a tinha visitado duas vezes, uma em 1999, na minha primeira viagem para destinos mais longínquos, e a segunda em 2007, numa travessia transatlântica que se iniciou em Barcelona e terminou em Santo Domingo. Na altura procedia-se à inauguração do porto de cruzeiros.

A República Dominicana é um dos países que forma a ilha de La Hispaniola. A parte ocidental da ilha é ocupada pelo Haiti. Tanto em área como em população, a Republica Dominicana é o segundo maior país das Caraíbas a seguir a Cuba. Tem 48 445 km2 e cerca de 10 milhões de habitantes. Quase 15% desta população reside na capital, Santo Domingo.

Antes da chegada dos espanhóis comandados por Cristóvão Colombo (05/12/1492), a ilha de São Domingos era habitada por indígenas (índios arauaques e caraíbas). Os espanhóis deram depois à ilha o nome de Hispaniola (ou Espanhola) e aqui fundaram uma colónia, a primeira do Novo Mundo. O país tornou-se independente em Fevereiro de 1844, depois de um período a que se chamou de "Independência Efémera" (tentativa de unificação da ilha em 1822, após a declaração de independência do Haiti em 1804). Em 1861 volta ao domínio espanhol mas recupera a independência quatro anos mais tarde.

A instabilidade politica e económica levaram à "Primeira Invasão Norte-Americana" que se estendeu de 1916 a 1924.
Entre 1930 e 1961 o país passou pelo período mais obscuro da sua história sob a ditadura de Rafael Trujillo. Após a seu assassinato o país passou por vários governos até 1966 quando Joaquin Balaguer subiu ao poder e lá se manteve por 12 anos. Ao longo dos anos as acusações de fraudes eleitorais sucederam-se. O actual presidente é Danilo Medina, que foi reeleito em 2016.

A economia baseia-se na agricultura, comércio, serviços e principalmente no turismo.
Em termos culturais as raízes são europeias, africanas e americanas. Existem diferenças em termos de classe social e educação e grandes desigualdades entre ricos e pobres. A sua forma particular de estabelecer relações sociais, a religião católica e a música popular são elos de ligação entre todos os grupos sociais.O estilo musical do país é o merengue, parecido com o som cubano. A bachata (ritmo musical surgido nos anos 60) também é de origem dominicana. 
O país é muito procurado por turistas pelas seus resorts e praias paradisíacas.
A moeda do país é o peso dominicano e a língua oficial o espanhol.















Santo Domingo (oficialmente Santo Domingo de Guzmán) mas também conhecida por "La Capital", situa-se na costa sul da ilha, na foz do rio Ozama. A cidade foi fundada em 1498, por Bartolomeu Colombo (irmão de Cristóvão), na margem oriental do rio e mudada em 1502, por Nicolás de Ovando, para a margem ocidental, após um furacão. É conhecida por ser o primeiro assentamento europeu na América e a primeira sede do governo colonial espanhol no Novo Mundo. Santo Domingo é o maior centro financeiro, político, comercial e industrial do país e também o principal porto. Nesta cidade podemos visitar a primeira catedral e o primeiro castelo da América, ambos situados na zona Colonial, declarada Património da Humanidade pela UNESCO.






À saída do navio negociámos um passeio que nos levasse a visitar a zona colonial da cidade seguindo-se depois uma ida até à praia de Boca Chica, localizada a cerca de 37 km. Para além do motorista tínhamos a companhia de um guia.

Nas muitas pesquisas que fiz antes da viagem encontrei muitas referências ao crime e violência que tornam esta cidade pouco segura. Não é aconselhável sair a pé do porto para caminhar até à zona colonial mesmo não sendo uma grande distância. Em momento algum do nosso passeio nos sentimos inseguros mas também encontrámos alguma policia e foi-nos dito que circulam nas zonas turísticas para tentar proteger os turistas.

A primeira paragem do nosso passeio foi no Palácio Nacional, residência do Presidente da República e sede do poder executivo. O arquitecto da obra foi o italiano Guido D' Alessandro e a construção iniciou-se em Fevereiro de 1944 tendo terminado em Agosto de 1947.






















Seguimos depois para a mais famosa e visitada parte da cidade, a Zona Colonial ou Cidade Colonial. Data de 1498 e alberga a primeira Catedral, hospital e forte da América, assim como o Palácio de Diego Colombo. 


Monumento a Juan Pablo Duarte (1813 - 1876), considerado um dos fundadores da República Dominicana
O vermelho da bandeira representa o sangue derramado pelos patriotas nas batalhas pela independência, o azul o céu que cobre o país, que Deus protege e os ideais de progresso dos Dominicanos e o branco representa a paz e unidade entre o povo.

Quem já visitou esta cidade sabe que é comum encontrar casamentos ou então jovens adolescentes vestidas com trajes de festa e que são fotografadas sozinhas ou com familiares. Comemoram a "Festa de quinze anos" ou "Fiesta de quinceañera". Nestas festas as jovens são apresentadas à sociedade. 

A Catedral de Santa Maria la Menor é a mais antiga catedral da América e foi construída nas décadas de 20 e 30 do século XVI. Mistura os estilos gótico e plateresco (estilo arquitectónico exclusivo do Renascimento espanhol).  


O "Paseo El Conde" é a principal artéria comercial com arquitectura dos séculos XVI a XX.     

Exemplo de telas que se encontram à venda por todo o lado.

No Panteão Nacional (ou Pantéon de la Patria), construído entre 1714 e 1746, estão sepultadas individualidades dominicanas. Foi um dos últimos edifícios construídos pelos espanhóis. Só em 1958 é que se tornou Panteão Nacional tendo sido anteriormente igreja, armazém e até teatro.






O candeeiro foi presente do ditador espanhol Franco
















O brasão de armas da Republica Dominicana e que aparece no centro da sua bandeira, possui as mesmas cores. De um lado aparece uma ramo de loureiro e do outro um de palma. A bandeira possui elementos cristãos (cruz e bíblia) mas também símbolos pagãos (os ramos) Em cima, uma fita azul mostra o lema nacional "Dios, Patria, Libertad" (Deus, Pátria, Liberdade). Por baixo uma fita vermelha com o nome do país. O nosso guia disse-nos que esta bandeira é a única no mundo com a representação de uma bíblia. 





















Museu das Casas Reais ou Palacios Reales, como era chamado na época colonial, foi construído com a finalidade de albergar a Corte Real. Em 1976 foi oficialmente reconhecido como museu que conta a história da época.




Relógio de sol - Quadrante solar edificado no ano de 1753
E na outra margem do rio Ozama avistava-se o Costa Magica!


E chegámos à grande Plaza de España ou de La Hispanidade. Ao centro encontra-se a estátua de Frei Nicolás Ovando (1460-1511), militar e governador colonial espanhol. Este espaço é palco de concertos e outros eventos públicos. No lado norte da praça encontram-se edifícios que eram antigos armazéns e tabernas, interligados entre si por pátios interiores e que hoje albergam bares e esplanadas. Podemos também visitar o Museu Alcázar de Colón, antigo palácio de Diego, o filho de Cristóvão Colombo, que sucedeu a Nicolás Ovando como governador.



Igreja de Santa Bárbara
Toda esta zona merece uma visita mais detalhada e não vimos tudo, mas o guia tinha alguma pressa em levar-nos para a praia. Era suposto visitarmos antes a Gruta dos Três Olhos mas lá nos convenceu que era melhor fazê-lo no regresso ao navio.


A cidade de Boca Chica situa-se a cerca de meia hora de Santo Domingo (37 km). A estrada que segue para lá é a mesma que vai para o aeroporto.

À chegada o motorista estacionou no parque privado de uma dos restaurantes (Bocana) que serve de apoio de praia e onde podemos escolher uma mesa ou então espreguiçadeiras junto à água. Por ser Domingo eram muitos os dominicanos que estavam na praia. 









A saída da praia estava prevista para as 15:00 pelo que cerca de hora e meia antes decidimos ocupar uma mesa e almoçar. Foi uma péssima ideia. Quase uma hora para sermos atendidos e finalmente nos trazerem a sangria. O guia teve que insistir várias vezes com os empregados para ver se se decidiam a trazer-nos a comida e deu-nos mais uma hora para termos tempo de almoçar. Eram 15:20 quando a comida chegou à nossa mesa. Felizmente estava muito saborosa mas o serviço foi péssimo, não recomendável! Se não estivéssemos por nossa conta teríamos que ter saído sem almoçar!





E quando o motorista foi tentar tirar o carro do parque descobriu que estavam a trancar-lhe a passagem. Como se não bastasse, outras viaturas continuavam a tentar entrar o que provocou um engarrafamento que levou algum tempo a resolver.
Quando finalmente conseguimos sair de Boca Chica já era demasiado tarde para ir até à gruta dos "Três Olhos". Fizemos só uma breve paragem em frente ao "Farol de Colombo" (El Faro a Colon) para tirar fotos.
A construção deste farol iniciou-se em 1948 mas a inauguração oficial deu-se só em 1992, por altura da celebração dos 500 anos do descobrimento da América. Nesse mesmo ano o Papa João Paulo II visitou o país. O edifício em formato de cruz, tem cerca de 210m de comprimento por 59 de altura e alberga um túmulo com os supostos restos mortais de Cristóvão Colombo, que os espanhóis dizem estar em Sevilha!



Antes de regressarmos ao navio ficámos algum tempo utilizando a internet (paga) que é disponibilizada no porto.

E chegou rapidamente a hora de jantar! E nesta noite houve surpresas..!
E quando chegou a hora das sobremesas os empregados chegaram com um bolo e cantando "Happy Birthday"! O que se festejava? Quem fazia anos? Eu e o Carlos! Comemorávamos 23 anos de vida em comum e ainda antes de embarcar eu tinha reservado um bolo e uma garrafa de espumante para esta noite! Uma das aniversariantes era eu mas os surpreendidos foram os outros!



A saída do navio deu-se por volta das 22h, enquanto jantávamos. O navio seguiu rumo a este em direcção à pouco distante Isla Catalina.
Subimos depois aos decks exteriores para participar da "Fiesta Caribeña"! 


Recolhemos aos camarotes já perto da uma da manhã! Havia que descansar pois o dia que se aproximava poderia ser muito cansativo...😄😉




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