quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Myanmar & Bangtao Beach - Bagan - dia 2 - manhã


Por volta das nove da manhã encontrámo-nos com o Kyaw Kway no exterior do hotel. Ele já tinha alugado duas e-bikes (scooters eléctricas) para percorrermos as planícies de Bagan e visitar mais alguns dos inúmeros templos. O meu marido conduziria uma e eu teria o Kyaw Kyaw como motorista. Estas e-bikes não atingem muito mais que 40km/h. Deixámos Nyaung U e seguimos em direcção à planície sul, uma zona rural com alguns templos e menos turistas. Visitámos mais de uma dezena de templos, maiores, menores, mais altos, mais baixos, bem conservados ou nem tanto, mais ou menos interessantes e vimos vários bastante danificados pelo último sismo.
O primeiro templo visitado foi o pequeno Iza Awna.






Não muito longe encontramos o Nandamannya Patho, outro pequeno templo, de uma só câmara, construído em meados do século XIII e onde se encontram alguns murais. Um desses murais é a "Tentação de Mara", onde jovens núbeis tentam, em vão, distrair Buda da sessão de meditação que levou à sua iluminação. Por detrás do templo encontra-se o mosteiro Kyat Kan, datado do século XI.




Nesta zona eram muito poucos os turistas, provavelmente pelos templos serem mais pequenos e não constarem de muitas das listas de templos a visitar. De seguida fizemos uma breve paragem no templo PhayaThonZu (que significa Três Estupas). É um complexo de três pagodes intercomunicantes, do mesmo tamanho, aparência e altura e de finais do século XIII.


A paragem seguinte foi numa aldeia agrícola, Minnanthu Village, cuja comunidade ainda mantém, em grande parte, a maneira de viver de há séculos. Colhem e preparam principalmente algodão e amendoins. Uma rapariga da aldeia acompanhou-nos na visita explicando todas as actividades e mostrando-nos como vivem as famílias! Claro que no fim sentimo-nos na obrigação de comprar algumas das peças que fazem! Também nos colocaram thanakha no rosto. Esta prática está ainda muito enraizada no povo birmanês e mesmo em Yangon vimos muita gente com ela aplicada. Serve como cosmético, refresca a pele e protege-a do sol. Homens e mulheres colocam-na de diferentes maneiras. É feita a partir de um pequeno tronco, esfregado numa base molhada, obtendo-se assim a pasta amarela. Confirmo que cheira muito bem e deixa a pele macia!
As tradicionais vedações são feitas com tiras de bambu


As casas tradicionais são feitas de bambu e os telhados cobertos com folhas secas
Tear de tecelagem - daqui saem as peças de algodão que se vendem na aldeia
A cozinha
A cozinha e o fogão rudimentar a lenha
Comida típica
Preparação do algodão para ser fiado
Idosa a fiar o algodão com uma roca. Do lado esquerdo a preparação de charutos artesanais.

A explicar ao Carlos como se preparam os charutos







A experimentar um dos charutos na companhia de uma das anciãs da aldeia






Assim se cortam as ervas, entretanto já secas, para servirem de alimentação para alguns dos animais da aldeia

Templos e mais templos, paisagem verdejante a perder de vista! Lindo e inesquecível! 






O templo seguinte foi o Dhammayangyi Patho, o maior dos templos de Bagan cuja estrutura é parecida à do Ananda. Foi construído entre 1167 e 1170 pelo então rei Nahrathu, que terá chegado ao trono depois de assassinar o pai e o irmão mais velho. Quando se arrependeu, a maneira que arranjou para se redimir dos seus pecados foi a construção deste templo. O rei acabou por ser assassinado antes da conclusão das obras e o templo não chegou a ser terminado! Ao longo dos tempos foi correndo o rumor de que estará assombrado! Parte do templo foi emparedado por razões desconhecidas.
Não é possível escalar o seu exterior mas vale a pena perder algum tempo a admirá-lo!
Em frente ao templo, pendurados numa árvore, estavam dezenas de marionetas representativas dos espíritos Nat. São para venda mas conferem ao local uma "moldura" algo estranha...























 São muitos os templos mas cada um tem as suas características e singularidades e vamos sendo surpreendidos a cada nova visita.
Algumas das muitas estupas que encontrámos pelo caminho

De seguida fomos surpreendidos com uma soberba vista panorâmica sobre a planície e os seus inúmeros templos. É fácil perceber o porquê do Pagode Shwesandaw ser o local mais procurado por quem quer assistir ao pôr-do-sol! Este templo situa-se na planície central, que se estende do limite de Old Bagan (mais ou menos a sul da Anawratha Rd, entre New Bagan e Nyaung U). O Rei Anawrahta, depois de ter conquistado Thaton em 1057, mandou construir este templo em estilo pirâmide, no centro do seu recente reino.  Shwesandaw significa "cabelo dourado sagrado" e este templo ganhou fama por dizer a lenda que, durante a sua construção, foi ali colocado um cabelo de Buda. Muitos acreditam que estará entre os tijolos da base.

O sino parte de duas bases octogonais que encimam os cinco terraços quadrados. Este foi o primeiro templo de Bagan a apresentar escadarias do primeiro terraço até à base redonda. As escadas são bastante inclinadas e os degraus muito altos mas subimos e descemos em segurança.













E que tal esta vista panorâmica de 360º?!








Passámos algum tempo por aqui, debaixo de um sol cada vez mais quente! Qual seria o próximo templo, que surpresa nos reservaria o Kyaw Kyaw?

 E lá estava ele, o templo seguinte, que já tínhamos visto do topo do Pagode Shwesandaw! O seu tamanho e cor destacavam-no da paisagem verdejante! 
Como podem ver, uma das formas de conhecer os templos é de charrete ou carroça. Há também quem o faça de bicicleta a pedal ou de e-bike, como nós! 
  O Thatbynnyu Pahto é o mais alto templo de Bagan e um dos mais impressionantes. Situa-se já em Old Bagan, no núcleo da Zona Arqueológica, dentro das muralhas da cidade. Foi mandado construir pelo Rei Alaungsithu no século XII e é um exemplo clássico do período médio de Bagan. Não é permitido subir aos seus terraços.

















E antes de fazermos uma pausa para almoçar ainda visitámos mais um templo, o Shwegugyi, que significa "Caverna Dourada". Como está situado em frente ao Palácio Real é também conhecido como "Nandaw Oo Paya" ou seja, "Pagode em frente do Palácio". Este pequeno mas elegante templo foi construído pelo Rei Alaungsithu em 1140. Diz-se que o Rei terá morrido neste local. Quando o Rei já estava velho e doente o seu filho retirou-o do Palácio para aqui o deixar a sofrer. O Rei ainda recuperou a consciência e perguntou onde estava mas o seu filho acabou por matá-lo!!!


Subimos ao terraço superior de onde se avistam alguns templos e edifícios da zona.






Ao fundo os edifícios do Bagan Golden Palace
Pináculo do templo hindu Mahabodhi
Edifício central do Bagan Golden Palace



A Tharabar Gate é a principal entrada da muralha leste e a única estrutura ainda existente da antiga cidade, construída em 849 pelo Rei Pyinbya. A parte norte e oeste da muralha foram levadas pelo rio. Diz-se que a entrada existente está guardada por seres espirituais, do lado esquerdo está o irmão "Senhor da Grande Montanha" e do lado direito a irmã "Cara Dourada"!

Espirito "Senhor da Grande Montanha"

O Kyaw Kyaw levou-nos a almoçar ao restaurante "Golden Myanmar" e foi ele que escolheu o que iríamos comer. 

Todos os pratos (legumes, carnes e peixe) são servidos ao mesmo tempo com arroz para que se possa combinar a gosto. Não tenho bem a certeza do que comemos mas estava tudo delicioso.



Fico por aqui na descrição deste dia e continuarei no post seguinte.
Até já, na visita a mais templos!




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