Mais um dia em Yangon, o último. Saímos mais tarde do hotel e as malas ficaram já na recepção.
Timelapse do trânsito em Chinatown
Apanhámos um táxi (3 000K - 2,13€) para Tamwe, a norte, mais propriamente para a rua Shwegondine, onde se situam dois pagodes, o Chaukhtatgyi e o Nga Htat Gyi. Começámos por este último que contém no seu interior um enorme Buda sentado. Esta é uma das mais bonitas imagens de Buda da cidade ou até do país. Tem cerca de 14 metros de altura.
O Buda encontra-se na posição Bhumisparsa Mudra (ou "chamar a Terra a testemunhar" ou "subjugar o Mara") e esta é a posição mais frequente em todo o Sudeste Asiático, ou seja, sentado com a mão esquerda no colo, com a palma virada para cima, em meditação; a direita está pousada sobre o joelho, com a palma para baixo. Simboliza a vitória sobre o demónio Mara, no momento em que a Deusa da Terra é convocada por Buda para fazer um "balanço" do seu karma.
E claro que não podia faltar uma imagem de um Nat!
Quando nos dirigíamos para o outro templo fomos abordados por um homem que nos perguntou se queríamos conhecer o interior do mosteiro que existia mesmo ali ao lado. Um pouco desconfiados acedemos. Tivemos que ir descalços, o que não se justificava a não ser pelo respeito ao espaço, pois o chão de limpo não tinha nada. Lá seguimos e visitámos as modestas e escuras instalações do mosteiro, em cujo interior se encontravam alguns monges nas suas rotinas diárias. Claro que no fim da visita veio o esperado pedido de um donativo! Para o efeito o senhor deu-nos um envelope e eu coloquei lá algum dinheiro. Quando o recebeu imediatamente o abriu e começou logo a reclamar connosco a dizer que o valor era muito baixo e que precisavam de dinheiro para isto e para aquilo e lá dei mais algum! Para ser sincera, o que eu dei foi realmente muito pouco, cerca de €4,00 mas a "obrigatoriedade" do donativo não me agradou! Lição aprendida, nada de ir atrás de visitas deste género! Este mosteiro e outros fazem parte do Centro de Meditação Shweminwon Sasana Yeiktha.
Monges a tomar a única refeição do dia e que tem que ter origem em donativos |
Depois deste desvio lá subimos a escadaria em direcção ao Pagode Chaukhtatgyi.
O Buda reclinado encontra-se no interior de uma zona coberta e tem 65 metros de comprimento e 16 metros de altura. Não é muito procurado por turistas no entanto é maior do que o que existe na cidade de Bago e que é muita mais visitado. A imagem original foi terminada em 1907. Mais tarde foi renovado por um monge devoto e foram acrescentados mais 5 metros (1956). Os gastos com a renovação foram pagos na totalidade por donativos feitos por Budistas e turistas estrangeiros. O nome daqueles que contribuíram está gravado nas vigas do edifício.
As imagens que se seguem correspondem a um quadro que retrata as diferentes etapas da vida de Buda.
A estátua, de face plácida, está decorada com cores fortes e olhos de vidro. A coroa tem incrustados diamantes e outras pedras preciosas.
As solas dos pés estão decoradas com 108 segmentos que representam o mesmo número de características auspiciosas de Buda.
Zona com diversas imagens de Budas e caixas para donativos.
Vista para o exterior.
Próxima paragem: o Jardim de Kandawgyi, também conhecido como Lago Real. Mais uma vez apanhámos um táxi para nos deslocarmos. Pela entrada no jardim pagámos 300K (0,22€) cada mais um extra de 500K para poder fotografar.
Yangon é muitas vezes chamada de cidade jardim e é fácil perceber porquê. Os edifícios degradados e/ou abandonados, o caos do trânsito e a sujidade de muitas zonas, contrastam com imensas áreas verdes. São muitos os casais e desportistas que procuram o local para relaxar, para caminhadas e até piqueniques. No meio do jardim existe um enorme lago artificial que foi construído pelos britânicos, na época colonial, como reservatório.
Caminhámos por parte do lago, aproveitando as sombras para fugir do sol abrasador.
Continuámos caminhando pelo jardim, procurando a réplica de uma barcaça real. O sol estava cada vez mais forte e a fome já se fazia sentir. Acabámos por sair e contornar grande parte do parque até finalmente chegar à entrada correcta. No total caminhámos cerca de 7 km.
O Karaweik Hall é uma enorme réplica de uma barcaça real. Tem 3 pisos com salas de jantar, de espectáculos e lojas.
Eram quase duas e meia da tarde quando fomos almoçar. A fome já era tanta que nem tentámos sair do parque e comemos mesmo por lá! A refeição não foi nada de especial mas era o que havia à disposição!
Apanhámos depois um táxi e regressámos ao hotel para descansar um pouco na recepção pois já tínhamos efectuado o check-out.
Às cinco da tarde apanhámos um táxi para a Estação Central de autocarros que fica fora da cidade, já perto do aeroporto (10 000K - 7,10€). Ainda em Portugal reservei os bilhetes das 3 viagens de autocarro que iríamos fazer. Depois de alguma pesquisa optei pela companhia JJ EXpress. Contactei-os através do Messenger e a resposta foi bastante rápida. O pagamento das 3 viagens seria efectuado no balcão da companhia aquando da confirmação dos bilhetes para a primeira viagem que seria de Yangon para Bagan. Para esta viagem, de cerca de nove horas e meia, pagámos $19 por pessoa.
Chegámos ao gigantesco terminal uma hora e meia depois de termos saído do hotel e fomos recebidos com água fresca e café! Tivemos que aguardar até às oito da noite pela saída do autocarro.
As malas são entregues ao bagageiro que lhes coloca um cadeado com o número do nosso lugar e nos entrega a chave.
E quando entrámos para o interior do autocarro até nos custou a acreditar no que estávamos a ver. Cada fila tinha 1 + 2 lugares e os assentos eram espaçosos e confortáveis. Mais parecia a primeira classe de um avião. Foi dado a cada pessoa uma água, uma caixa com dois bolos e uma manta. A bordo seguiam 2 motoristas, uma assistente e um bagageiro/ajudante. A viagem seria longa mas pelo menos confortável.
Aquando da primeira paragem entregaram-nos um lencinho húmido. Serviço 5*
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