Neste dia tivemos que acordar um pouco mais cedo pois a saída estava combinada para as oito e meia da manhã. E a essa hora lá estava o Kyaw Kyaw, mas desta vez a viagem seria efectuada de carrinha e não de motorizada. Para além dele e do motorista tínhamos duas companhias muito especiais, a esposa e a filha do Kyaw Kyaw. Na véspera ele perguntou-nos se elas nos poderiam acompanhar e claro que dissemos que sim!
O destino final desta viagem iria pôr-me à prova e esperava conseguir superar o desafio!
Pelo caminho parámos neste local para podermos ver as diferentes fases da confecção do óleo de amendoim e palma e os doces que com eles se podem fazer. Este local está apoiado pelo programa "ACIAR Project DAR DOA" (Australian Centre for International Agricultural Research), que apoia as metas do governo de Myanmar no desenvolvimento agrícola.
A vaca, ao caminhar em círculos, faz girar um artesanal moinho que espreme o fruto para assim se obter o óleo de palma.
Continuámos viagem e só parámos uma vez para fotografar as montanhas que recortavam o horizonte lá ao fundo!
Por volta das dez e um quarto da manhã tínhamos o Monte Popa na nossa frente, que se situa a cerca de 50 Km de Bagan, no meio da província de Myingyan. Este é agora o nome oficial do famoso Popa Taung Kalat, um pico vulcânico com 736 m de altura que quase nos faz lembrar o Pão de Açúcar, do Rio de Janeiro. Em 442 a.C. um grande movimento sísmico devastou a zona central do país e um pico de lava basáltica ter-se-á formado. As cinzas vulcânicas espalharam-se pelos arredores tornando as terras mais férteis. Quando começaram a surgir as mais diversas flores foi dado ao pico o nome de Popa (que significa flor em birmanês - "Monte Flor"). O Monte Popa passou a ser venerado e considerado a morada religiosa dos 37 Nats (espíritos dos deuses), de que eu tanto já falei. Pode dizer-se que é uma espécie de Monte Olimpo dos birmaneses, o principal local de peregrinação aos Nat.
No topo está o mosteiro budista Taungkalat ("Colina do pedestal") mas para lá chegar é necessário subir a escadaria com 777 degraus. Popa é um excelente exemplo da tolerância religiosa que existe em Myanmar. A grande maioria da população é budista (85%) mas os santuários que encontramos aqui são dedicados aos 37 nats (os espíritos protectores que quase sempre possuem forma humana). E cada um destes nat tem a sua especialidade, uns cuidam dos artesãos, outros dos pescadores e até há um que cuida da minoria muçulmana. Me Wunna é um dos nats a quem mais pedem protecção pois terá morrido de desgosto após a morte dos filhos. Há divindades, como algumas de origem indiana, que não fazem parte dos 37 nats mas que tem os seus altares.
É a subida dos 777 lugares até ao topo que é considerada uma peregrinação para os birmaneses. Para mim será uma superação! Estava muito calor e a subida tem que ser feita sem calçado. Ao longo das escadarias vamos encontrando vendedores, limpadores de escada e claro, os macacos!
Ao longo da subida a paisagem vai compensando o cansaço e uma paragem para a apreciar é bem-vinda!
Desafio superado, atingi o topo do Mount Popa depois de subir 777 degraus! Yupi!
No topo existem várias salas/santuários onde se encontram figuras de tamanho e especto humano, representativas dos 37 Nats. Os peregrinos vêm aqui deixar os seus donativos e oferendas, como podem ver.
Placas referentes a donativos |
O Kyaw Kyaw, a sua esposa e a filha Tátá |
Os santuários localizados no topo do monte não impressionam mas a subida vale pela vista. Depois de termos aqui passado algum tempo a observar e a fotografar, resolvemos descer. O Kyaw Kyaw já tinha descido, com a mulher e a filha, e fomos encontrá-los num dos patamares da escadaria, já perto do final, a saborear uma sopa típica e noodles. Resolvemos juntar-nos a eles e fazer o mesmo. E a sopa era tão boa que eu repeti!
Antes de deixarmos o local ainda fotografei os 37 Nats todos reunidos na mesma sala! Só conto 36 mas o 37º tinha que lá estar...
A sopa estava muito boa mas quando chegámos a Bagan já tínhamos fome pelo que, depois de passarmos pelo hotel, fomos até uma pizzaria!
Terminámos o último dia em Bagan na piscina do hotel, a descansar os pés e as pernas!
Até um dia, quem sabe! Adorei conhecer-te Bagan!
Antes de deixarmos o local ainda fotografei os 37 Nats todos reunidos na mesma sala! Só conto 36 mas o 37º tinha que lá estar...
Antes de fazermos a viagem de regresso ainda passámos por um mercado local onde comprámos alguma fruta!
Terminámos o último dia em Bagan na piscina do hotel, a descansar os pés e as pernas!
Até um dia, quem sabe! Adorei conhecer-te Bagan!
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